Edgar Martins, após ganhar o Bes Photo o ano passado, foi convidado pelo New Yor Times para fotografar durante 21 dias várias cidades americanas e depois..."photochupou" aquilo tudo e agora chovem artigos sobre esta escandalosa situação.
Podem-se ler por exemplo:
aqui: http://www.pdnpulse.com/2009/07/new-york-times-magazine-withdraws-possibly-altered-photo-essay.html
aqui: http://lens.blogs.nytimes.com/2009/07/08/behind-5/
e aqui http://ww2.publico.clix.pt/print.aspx?id=1391273&idCanal=undefined
"uma bergonha!".
Eu não acho assim tão vergonhoso. Acho que há é um problema de comunicação entre o fotógrafo e o cliente...
O photoshop é hoje em dia, um instrumento de fotografia, quer se queira quer não. Temos modelos que aparecem sem celulite, objectos que aparecem brilhantes a reluzir, a t-shirt lavada com "skip" que está de um branco imaculável..etc...
Há uns anos, antes da fotografia digital, tudo era feito em laboratório: borbulhas eram apagadas em laboratório, os céus ficavam mais escuros se no geral a fotografia ficasse "mais bonita" ou mais "dramática", era como o senhor artista quisesse, demorava era mais tempo.
Ora uma fotografia pode ser duas coisas (entre outras):
1- um instrumento de informação/ comunicação de uma realidade nua e crua - como é o caso do fotojornalismo ( guerra, desporto...etc..)
2- pode ser a chamada "obra de arte" em que o fotografo, através de uma fotografia passa um ponto de vista - o seu. ( moda, publicidade, obras pessoais ).
No primeiro caso, a fotografia NÃO PODE ser retocada, porque está a obstruir o seu verdadeiro objectivo - o de informar como as coisas se estão a passar/ se passaram. Há uns tempos, houve uma fotografia polémica de um incêndio, em que apareciam o dobro das chamas e o dobro da fumalhada. (podem ver aqui: http://kearse.blogspot.com/ post de 19 Outubro, desculpem foi tudo o que encontrei).
O senhor viu a sua foto ser retirada do jornal. Não foi considerada fotojornalismo, foi considerada, esta sim, uma "aldrabice".
Neste caso o EMartins estava a fazer era um trabalho a convite da New York Times Magazine, trabalho, com mais de uma centena de fotografias sobre os efeitos da crise económica.
O que eu acho que foi mal esclarecido (e é como ele se está a defender) foi a maneira de expor o trabalheco.
Diz ele: (...) "Eu não fui para observar, fui para comentar", admite Edgar Martins que frisa que nunca colocou de lado o uso do computador e que fala de “um desencontro” sobre o modo como cada parte assumiu o ponto de partida para o trabalho.
A meu ver ele foi foi descuidado (i.e. parvo) porque diz que "já sabia que isso podia acontecer" quando nunca lhe foi dito que o objectivo era uma abordagem factual, apesar de conhecer “as ansiedades da editora” sobre trabalhos conceptuais que permitem todo o tipo de liberdades estilísticas.
Segundo ele : Não foi uma alteração para servir a estética. É uma mensagem que eu quero passar da dualidade entre a aspiração e o excesso, a ruína e a decadência.
Como era afinal amigo? Devias ter esclarecido esta parte.
PS - Sabido, Plexu: se estiver a dizer algo equivocado corrijam-me.
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