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Jun 4, 2009

A população e certos elementos dos espaços públicos

Há coisas que não entendo, e a atitude de aglomerados de pessoas em espaços públicos é uma delas.


Eu sempre fui adepta de escadas rolantes, adoro escadas rolantes, admiro escadas rolantes e elas melhoram o meu dia-a-dia de quatro viagens de metro.
Entro na última carruagem porque sei que saio à frente da porta mais perto do atelier e à vinda coloco-me precisamente a meio caminho, porque assim saio directa para as únicas escadas rolantes que funcionam na paragem mais perto de minha casa.


Ora uma escada rolante (i.e. escada animada dum movimento contínuo de translação) tem dois propósitos, o primeiro e mais óbvio é o do descanso, o do "leva-me-contigo", uma pessoa não está no ginásio, e se tem que subir o equivalente a três andares mete-se na escadinha e ela que faça o trabalho.
Mas isto tem uma particularidade, não deixa de ser uma escada. Tem degraus. Senão os tivesse chamava-se "elevador" -aparelho que serve para fazer transportes de um a outro nível-, o que me leva ao ponto número dois: as escadas rolantes também servem para facilitar e acelerar a subida. Por isso é que existe o RNOEMAOEP - regras não oficiais das estações de metro, aeroportos e outros espaços públicos; numa escada rolante quem quer ser transportado vai num dos lados, deixando o outro livre para quem está com pressa ou simplesmente não deseja estar parado.
Todos ficam felizes, o sistema funciona (excepto quando estão presentes velhinhos, mas os velhinhos sempre tiveram as suas próprias regras).

Neste seguimento chegamos às primas das escadas rolantes: as passadeiras rolantes.
As passadeiras rolantes, é toda uma outra história. Elas não servem para mover ninguém, fàxavor isso é o cúmulo da preguiça! Aquilo anda ainda mais devagar do que o caminhar médio de uma pessoa.


Não sei se repararam mas as passadeiras rolantes só existem em grandes extenções de espaço a percorrer, elas servem para as pessoas demorarem menos tempo a percorrê-lo porque no fundo, a passadeira - aumenta a velocidade da passada. Estas passadeiras não servem para auxiliar... Auxiliar a fazer o quê? Pôr um pezinho à frente do outro? não conseguem? custa?
é que não há nada mais irritante de que a pessoa estar num sítio qualquer, sei lá...lembro-me por exemplo..hum... ah! num aeroporto, já com a porta aberta para o seu voo, vê as passadeiras como a sua salvação (a porta está a 500m ou seja meio quilômetro) e depois de cinco passadas depara-se com: um casalinho que acha que se encontra num sitio romântico para namorar, uma família em que as crianças brincam com playmobìs no corrimão ou com solitários que olham para o infinito e reflectem sobre a vida, enquanto simpaticamente deixam o trolley a ocupar toda a passadeira.
E a pessoa está ali a suar, a efectuar pequenos zig-zags com o corpo enquanto diz "desculpe, desculpe, com licença".
Não só pede desculpas por uma coisa que não devia, como ainda leva olhares reprovadores do aborrecimento que acabou de causar quando a menina tem que desviar a bagagem coitadinha.

Caso para pensar - Porra*,para que serve esta merda? Tinha ido a pé pelo caminho normal e já lá estava.



*Este "porra" está aqui a substituir uma palavrinha um pouco mais forte, não a pus porque enfim...é outra vez aquela história da minha mãe.

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