Os meus novos amigos

As dinâmicas de bairro -como está agora a ser o extraordinário campeonato de matraquilhos no bar da esquina- tem como resultado o conhecimento de novas pessoas.

Naquele bar existe a maior panóplia de personagens que eu alguma vez conheci ou vi junta no mesmo sítio (sem contar com o Festival do Sudoeste onde uma vez vi literalmente um casal de fato-de-banho e badalo ao pescoço...mas enfim era o Sudoeste. Não conta).

A começar pela dona a T., que não só é a mulher/miúda mais porreira de sempre, como é completamente chanfrada daquela cabeça. Tem 34 anos e abriu o bar quando tinha 17. Está sempre fantástica, grandes saltos, altos decotes e organiza festas temáticas de 15 em 15 dias. Já vi aquele cochicho a que chamamos "bar" cheio de flores para festa da primavera, transformado em hospital com camas de grades à séria, com todos vestidos de quimono para a festa japonesa (onde a T. me apareceu de kit-samurai-semi-porno) e uma vez até criou o país da maravilhas para a "festa de não aniversário" da minha amiga G.

Trata-me por inezita gordita chiquitita de cada vez que lá entro, e diz-se (ouviu-se dizer por aí) que organizou o torneio de matraquilhos porque eu, alegadamente, dei a ideia.

O grande torneio.

Está a ser uma emoção. Com 20 cervejas à borla como prémio ninguém brinca. E todas as segundas e terças está o bar cheio a ver os jogos uns dos outros a ver se estudam as táticas dos adversários.

Sobram 4 equipas, e como escrevi no post anterior, a minha é uma delas. Este facto está a fazer com que ganhe o respeito de uma data de outros...jovens digamos. Bom, sem contar com o GL que é o homem mais gordo que eu já vi, e que ontem foi-se embora ligeiramente enfurecido por ter perdido -2 vezes- contra uma miúda de 1,60m.

De resto são só novos amigos.

Hoje despertei para 2 "convites de amizade" naquele admirável facebook.

O primeiro vinha do A., um jovem de 44 anos, presença assídua, simpatiquíssimo, cabelo rapado sempre vestido de preto, joga sempre numa posição em que as pernas estão matematicamente afastadas num ângulo de 135 graus. Vinha com uma mensagem: Que ganhe o melhor seguida de uma orgulhosa comparação entre mim e o Obi-Wan nas suas tentativas falhadas de me marcar golos ontem, e de uma série de outras metáforas que envolviam a Guerra das Estrelas.

O segundo vinha do S. a felicitar-me porque sabia que,como ele, tínhamos passado às meias-finais, e que esperava que nos encontrássemos na Grande final.

S. é mais conhecido por "mangas". É um tatuador de profissão -diz-se que até bastante conhecido em Milão- tem os braços todos tatuados, é um boss à baliza e é um amor.

Ah, também é conhecido por "o fascista" visto que está sempre vestido com t-shirts do Mussolini e da Frente Progressista Italiana.

Sou fortíssima a fazer amizades.

PS - E com estes amigos, ai de quem pense em assaltar-me, ou apenas aborrecer-me aqui perto de casa.